Literatice Virtual

Ponte espacial Terra-Lua

Desde sempre nesta vida prestei muita atenção às possibilidades de existir vida em outros planetas. Homenzinhos verdes… Seres de outro planeta seriam assim. Ah, não me lembro da explicação para homens, no diminutivo, e verdes. Tenho para mim que da mesma forma poderiam ser mulherezinhas azuis. Em 1982, o diretor de cinema Steven Spilberg trouxe para a Terra um ET – Extra Terrestre – esquisitão, porém, carismático, do bem. O pobre veio dar com os costados na Terra, passou por perrengues e só queria voltar para casa. “ET go home!…” – era o que a criatura do espaço mais queria. Voltou para casa e não se teve mais notícias dele. Sim, o ET de Spilberg fala inglês.

Homenzinhos verdes e discos voadores, eu escutava. Diz o Google que “disco voador” é uma expressão criada em 1947 quando um jornal norte-americano publicou um artigo sobre o que um piloto civil teria visto num sobrevoo por Washington, Estados Unidos: objetos voadores no formato de discos. Outras visões posteriores divulgadas descrevem o que seriam naves espaciais de outros formatos. Enfim, UFOs em inglês e OVNIs no português. Então, Objetos Voadores Não Identificados pilotados por “seres inteligentes”. Não se tem notícia de nenhuma palestra desses seres sobre galáxias, outros mundos, vida alienígena e meios de transporte tecnologicamente avançadíssimos, mas tais seres foram avaliados como “inteligentes”. Não sei, não ouvi, não vi, não conheci e não coloco a minha mão no fogo por eles. O que conheço muito bem são os terráqueos e o planeta Terra. Bem que tentei bisbilhotar o Universo com um telescópio, mas nada entendia e nada entendo de telescópios. Até consegui montá-lo, mas nada vejo assim como nada entendo. Borrões. Para mais, há tanta iluminação em volta que até o poste de luz vira um objeto não identificado.

Desisti de observar o Universo através do telescópio, mas não desisti do Universo. Pelo contrário, a cada dia mais sinto que o nosso planetinha Terra está ficando apertado. A contagem feita pelo Fundo de População das Nações Unidas, da ONU, em 2017 a população mundial chegou a 7,6 bilhões de seres humanos. São bilhões da minha espécie e isso me parece assustador. A imigração em massa embaralha as nacionalidades. Somos mais e mais terráqueos.

No dia 20 de julho de 1969, o astronauta Neil Armstrong pisou no solo da Lua. “Um pequeno passo para um homem, um grande passo para a humanidade”, disse ele. Em quase cinquenta anos, tive a esperança, quase a certeza, de a esta altura estar vivendo como no mundo dos Jetsons. Robôs para cuidar da casa sem direitos trabalhistas, veículos voadores silenciosos no transporte do dia a dia, casas funcionais… Imaginei que em cinquenta anos teríamos habitado a Lua, seja de que maneira fosse, não sei, que já teríamos começado a especulação imobiliária em Marte e que surgiríamos em todos os cantos do mundo pela mágica científica do teletransporte, sem aviões, aeroportos, perguntas na imigração… Não aconteceu nada disso. Os terráqueos usam e abusam do planetinha Terra sem plano B. Pouco ou nada mais se escuta sobre avistamento de OVNIs. Provavelmente, os homenzinhos verdes, ou qualquer criatura que viaje pelo espaço, viu e não gostou do que viu aqui na Terra.

Para os que assistiram à transmissão do pouso na Lua, a não ser que se viva até os 150 ou 200 anos, ainda por cima com lucidez e disposição física, nesta encarnação não vamos além da Terra. Sim, é quase possível uma visita à Estação Espacial Internacional em órbita a pouco mais de 300 quilômetros. Empresas norte-americanas se preparam para a viagem e a Rússia também tem planos de turismo espacial. A distância é até menor que entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, no Brasil, ou entre Lisboa e Porto, em Portugal, que têm ponte-aérea. A questão é o preço da passagem, por volta de 55 milhões de dólares, ida e volta. Da Estação Internacional avista-se um pedacinho do Espaço e … a Terra, para onde é necessário voltar, mesmo que se tenha 55 milhões de dólares para o passeio. Então, quando as viagens interplanetárias forem possíveis, a seleção natural provavelmente será a do dinheiro. Só muito ricos. Teremos escravos importados da Terra?

Quem viver verá. Quem não viver, caso a encarnação seja fato, poderá ver na volta. Se vai gostar é outra história.

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