MALDITA POLTRONA !!!! ( capítulo realmente final )
Capítulo realmente final
Carlota sente fome, tem sede e muita vontade de fazer xixi. Acordou do cochilo, abriu os olhos na esperança de ter tido um pesadelo. Imagine que sonhou estar presa na poltrona da sala!… Então, abriu os olhos e… estava mesmo presa na poltrona maldita. Irritou-se, bateu as pernas com força no descanso dos pés a ver se acontecia um milagre. Nada. Era essa a situação: morrer aos poucos presa na poltrona. Que a morte é certa, bem sabia, mas preocupava-se com a maneira de morrer. Pedia a Deus que fosse rápido. Pudesse acontecer sem muito sofrimento, agradecia. Definhar lentamente numa poltrona seria uma morte sofrida, Carlota pensou. Lastimável acontecer assim. Nem tinha muito tempo fez os exames de saúde. Fora o “natural para a idade”, diagnóstico dos médicos depois dos cinquenta anos, o coração batia no ritmo natural para a idade, o colesterol estava controlado, a glicose nunca foi um problema, os rins funcionavam bem e os olhos enxergavam o necessário com a ajuda dos óculos. E foi aí que Carlota olhou para a janela. E foi aí que avistou com horror a entrada estabanada de uma barata. E foi aí que se levantou num pulo com a agilidade da adolescência. Não pensou em nada a não ser pegar o interfone e chamar o porteiro com urgência. Um ouvido no interfone e os dois olhos na asquerosa a rastejar no chão da sala. Carlota não é mulher de medos e fricotes, mas de baratas sempre teve pavor. Sem tirar os olhos da asquerosa, abriu a porta para a entrada do porteiro. Não disse palavra, apenas apontou. O porteiro riu. Carlota não achou graça. O Porteiro matou a barata com uma pisada certeira. Carlota agradeceu e fechou a porta. Foi aí que se deu conta que estava de pé, livre da maldita poltrona. Como foi? Bem, como foi não interessa. O que interessa é que está livre de uma morte besta. Correu para o banheiro e sentiu-se aliviada ao fazer xixi. Que prazer sobreviver e fazer xixi. Ao entrar de volta na sala, fixou os olhos na poltrona. Nunca mais. Não ao menos refastelada como gostava de ficar. O telefone fixo tocou. Carlota atendeu. Que prazer sobreviver e atender ao telefone. Uma amiga perguntou se estava confirmado o jogo de buraco naquela tarde. Confirmadíssimo!…
finalmente carlota se safou dessa….
um final feliz!!!
espero histórias de outras carlotas…