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A história de Nuno – último capítulo

Último capítulo

Com este, são nove capítulos sobre a história do Nuno, o gato português. A história dele comigo, os antecedentes desconheço totalmente. Há alguém sentindo a falta dele? Que Nuno tinha alguém e algum lugar de pouso, tinha. Percebo pelas manias, os gostos… Além dos vários que já contei, Nuno adora carros. Um dia, num dos passeios no jardim sob a minha supervisão, deixei o portão da garagem aberto. Não sei o que fui fazer, mas foi rápido. Quando voltei, Nuno estava entrando numa camionete parada, com as portas abertas, na casa vizinha.

– Nuno!!!… Não!!!… – fui eu.

Mais uma possibilidade: ele entrou em alguma camionete e, quando o motorista descobriu, largou o gato lá na aldeia, em Portugal, longe de casa. Enfim, são possibilidades. Nuno gosta de cócegas no céu da boca e na língua, pode? Na primeira vez que ele pegou meus dedos com os dentes achei que queria morder, mas não, queria cosquinhas na língua.

Minha tia Leia contava, como piada, que os gatos portugueses fazem “manhál”. Não me soa “manhál”, mas Nuno tem um miado diferente do miado do Ronnie e de outros gatos que miaram e miam nos meus ouvidos. E Nuno tem um miado em especial que adoro: ele abre bem a boca e estica o miado. Quando estou irredutível na solicitação, ele solta esse miado longo e eu me derreto.

Deve haver alguém a pensar que o gatinho amado morreu de fome, de frio ou foi atropelado lá em Portugal. Como imaginar que o gatinho amado está gordo e saudável a viver no Brasil? Num outro continente? Do outro lado do oceano Atlântico? Pego o Nuno olhando para mim e pergunto:

– Meu menino, qual é a sua história?…

A história de Ronnie conheço desde a barriguinha da mãe dele que pariu uma penca de gatos na tarde do dia 22 de setembro do ano 2000. Lembro-me que eu estava no carro, a caminho do trabalho, quando minha irmã telefonou.

– Sabe a gatinha, pequenininha, que peguei? A que eu achava que era um filhotinho? Está parindo um gato atrás do outro!…

– Quantos até agora?

– Três…

– Calma que tem mais. Uns cinco ou seis.

– Como é que eu levo a gata ao veterinário para vacinar e ver se ela está bem de saúde e a doutora não percebe que está embuchada? E ela tem tamanho pra tantos gatos?

Aí está a gatinha de Tróia com a ninhada. A família do Ronnie.

gata mãe e os filhotes

Nem eu nem minha irmã sabemos qual deles é o Ronnie na foto. Foram dois machinhos bem parecidos e duas fêmeas. Assim que desmamaram escolhi um deles para ajudar na distribuição responsável. Eu já tinha o Eduardo Esteves, o Dudu, que veio morar comigo ainda filhote. Uma amiga o encontrou abandonado e mostrou para mim a ver se eu me comovia. Caí na armadilha. Um palmo de gato assustado e irritadinho. Continuou meio maluquinho. Vez em quando lhe dava qualquer coisa que ficava impossível. Eu me trancava no quarto e deixava a “qualquer coisa” passar. Quem sabe se com um companheiro o Dudu se acalmava? Então, escolhi uma coisinha minúscula, a dormir um soninho gostoso, enquanto os outros incendiavam o apartamento da mana. O nome Ronnie foi em homenagem ao cantor Ronnie Von. Ficou Ronnie Esteves. Ronnie e Dudu viviam enroscados, eram muito companheiros, meus e entre eles.

du abraça ronnie              dudu e ronnie se embolando

Quando viemos morar nesta casa, Dudu logo ficou doente. Uma semana internado com pancreatite, foi o que diagnosticou a veterinária. E por aí acabou.

Ronnie e Nuno se pegam se eu der bobeira. No fim, fazem mais escândalo do que partem para a ação. Querem chamar a minha atenção. E conseguem com frequência. Mas também são capazes de me fazer uma companhia silenciosa enquanto escrevo maniacamente na cama.

Ronnie e Nuno

Daqui a pouco eu vou dormir e eles acordam. É sempre uma confusão. Mas adoro esses meninos e prefiro a vida com eles certamente. É o último capítulo, mas não é o fim da nossa história. Pode ser que continue a qualquer momento.

Conheço algumas pessoas que não gostavam de gatos até conviver comigo e meus companheiros. Cuidado, você também pode ser fisgado. Muito cuidado, você pode ser fisgado por muitos!…

FIM

 

In memoriam

rick na casinha               12_24_21                 nando sentado          nando

Rick na única vez que entrou na                                   Rick com uma das várias fantasias que                        Nando II, um gato extremamente companheiro. Filho de Nando I. O nome

casinha                                                                               minha irmã cismava de colocar nele                             de família veio bem a calhar.

 

11_28_111         nando e pedro            11_28_9

Xandi no escorredor de pratos                        Nando e Pedrinho…                                              André…

 

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